domingo, 30 de novembro de 2008

chovendo no molhado

.se é pra ser frio e calculista, podemos dizer que não sabemos o que estamos fazendo.
e não é uma desculpa antecipada, um "olhe, não nos julguem se cometermos alguns erros pelo caminho". sabemos que cometeremos erros e sabemos também que vocês não vão nos julgar... o que é completamente non-sense.
merecemos esse julgamento todo o tempo e se existe algo errado desse lado, meu maior orgulho seria perceber essa percepção do outro lado. não só a percepção, mas o julgamento que a segue, a voz que toma a rédea, os gestos que se manifestam.
estamos ás vésperas de uma eleição e nada acontece, novamente. me sinto culpada em partes, pela divulgação que ocupou uma fatia de tempo tão pequena, aquilo que sobra quando se está em final de bimestre, mas mesmo sem tempo, mesmo meio á louca, nada acontece.
é chover no molhado dizer que o estudante de design segue o modelo contemporâneo de estudante universitário, que ele se auto-sabota, se sujeitando á nivelação quando possui a primeira oportunidade de reverter essa situação imposta durante toda a vida de um indivíduo como estudante.
eu nunca quis dizer esse tipo de coisa porque sempre me pareceu mais como uma sentença: se eu acuso alguém assim, eu não teria em troca uma reação contrária? o cara que sempre foi quietinho pode ficar mais quietinho ainda, só de birra, ou de medo.
mas, afinal de contas, quem são essas pessoas pra quem queremos falar e a quem queremos ouvir? essas pessoas são mesmo os animais acuados que esperamos ouvir e defender? e se essas pessoas ficam quietas e não mostram seus rostos a culpa é minha? a culpa é da inexpressão do movimento ou da inexpressão do aluno? um é consequencia de outro.
já que é pra dizer a verdade, não é dificil perceber que um ca ativo dentro da nossa realidade depende muito mais de divulgação e marketing do que de boas idéias e espírito construtor.
pisses me off o fato de que uma hora ou outra acabamos nos irritando frente a inércia e voltando á razão percebemos o quanto tudo está invertido:
montamos uma chapa, fizemos um abaixo-assinado, organizamos uma eleição que não estava prevista no estatuto, e acima de tudo: tentamos atingir os alunos de design.
mas esse movimento surge como reação á inércia e não como reação á agitação e ao espírito livre. desenhamos e estamos construindo um movimento que impulsione mentes pensantes capazes de formular questionamentos. tá aí: formular questionamentos.

já não era hora de estar respondendo?

mas responder á quem, e principalmente, á que? e depois, ainda, porque?